terça-feira, 6 de novembro de 2012

Nova Temporada do Espetáculo

Durante o mês da consciência negra, o espetáculo Ayê será apresentado em duas praças públicas da Capital, HOMENAGEANDO a trajetória do Quilombo da Família Silva, primeiro quilombo urbano titulado do Brasil, que resiste até hoje no bairro Três Figueiras em Porto Alegre. Em um momento em que pouco se noticia sobre os conflitos existentes junto a grupos que resistem na defesa de suas terras no Brasil (quilombolas, indígenas, entre outros), o espetáculo aborda tal temática, contando uma fábula inspirada na história de afrodescendentes da cidade e resgatando a importância da população negra para a história do Rio Grande do Sul, trazendo a tona as questões ligadas a ancestralidade e ao direito pela terra .

Ayê, que significa Terra na língua yorubá, foi criado a partir de uma bricolagem de materiais coletados e experiências pessoais dos atores e diretores, se configurando como espaço para discussão de temas universais. Traçando uma linha tênue entre os papéis de manipulador e manipulado, composto de rituais e imagens que partiram destas histórias pessoais, e de outras, míticas ou fictícias, o espetáculo revela como aquela comunidade sempre resistiu à opressão urbana e social (e atualmente à especulação imobiliária), sendo inclusive protagonista de um episódio de desobediência civil a um despejo. Mesmo que mostre a força dos personagens conquistando o título de seu pedaço de terra, a encenação é leve e apresenta a essência das relações familiares e do cotidiano do quilombo, formado por casas de madeira reunidas em um território pacífico, onde as roupas balançam nos varais enquanto as crianças brincam.

Poucas palavras, música, dança, além do trabalho corporal expressivo e pulsante do coletivo de atores negros remetem, na peça, para um universo de mitos, lendas e narrativas oriundos de comunidades africanas e de quilombos urbanos. O público enxergará o caminho percorrido pelos ancestrais da população afrodescendente quilombola, que libertos da escravidão passaram a viver como nômades, depois encontraram uma terra e a cultivaram. Este local floresce e recebe as novas gerações, que, atentas às histórias repassadas pelos avós, mantêm viva a memória da comunidade, valorizando sua luta pela terra e a resistência em manter este lugar.

Contemplado pelo II Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, realizado pela Fundação Cultural Palmares e pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves (Cadon), com o patrocínio da Petrobras, Ayê envolve o expectador e o convida a celebrar em momentos que ora refletem o cotidiano bucólico familiar, ora um baile de carnaval, ora a memória dos ancestrais, trazendo para o presente as questões do passado, as origens do Brasil e talvez da humanidade. Mais do que uma história linear, reflete sobre o direito pela terra, ancestralidade, e ainda sobre um Brasil rico e antevindo também da África – um lugar de resistência, luta, som, alegria e tristeza. Longe de tudo; perto de todos.

Serviço
Dias 15 e 16/11: Praça Brigadeiro Sampaio (Rua dos Andradas, próximo ao Museu do Trabalho), em frente ao Tambor
Dias 17 e 18/11: Parque Farroupilha (Redenção), em frente ao Recanto Europeu
Horário: sempre às 19h30
Duração: 55 minutos

Ficha Técnica 
Direção: Júlia Rodrigues e Thiago Pirajira
Elenco: Diego Machado, Juliano Barros, Kaya Rodrigues, Kyky Rodrigues, Lucila Clemente e Pâmela Amaro
Trilha sonora: Ricardo Pavão
Cenário: Juliano Rossi e Margarida Rache
Figurinos: Létz Pinheiro e Luise Brolese
Iluminação: Bathista Freire
Preparação vocal: Francis Padilha
Arte gráfica: Danilo Oliveira
Assessoria de imprensa: Adriana Lampert - contato: 8412 8832 ou adriana.lampert@gmail.com
Produção: Diana Manenti – contato: 8402 5864 (vivo) 8201 6110 (Tim) ou dianamanenti@gmail.com

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